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‘Moderados’ citados por Cid vão ao banco dos réus, enquanto ‘radicais’ escapam de processo

O delator afirmou que o general Braga Netto não era radical e citou no lugar figuras como Eduardo Bolsonaro, que não chegou a ser enquadrado nas investigações

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 jun 2025, 07h44 - Publicado em 15 jun 2025, 13h21

Em seu acordo de delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid criou uma maneira para distinguir as pessoas que visitavam Jair Bolsonaro após o então presidente sair derrotado das eleições de 2022. O critério era relativo ao apoio de cada um a uma ação que pudesse contestar o resultado das urnas ou provocar uma ruptura institucional.

Cid dividiu o perfil dos conselheiros em três grupos: conservadores, moderados e radicais. Alguns dos citados pelo delator foram alvos de investigação e hoje são réus no Supremo Tribunal Federal (STF). Outras figuras, porém, acabaram mudando de status ou sendo poupadas por falta de provas.

Entre os radicais, que, segundo Cid, se empenhavam em buscar uma fraude nas urnas e estimulavam Bolsonaro a tomar uma atitude mais drástica, estão o general Eduardo Pazuello, hoje deputado federal; o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto; o ex-assessor da Presidência Filipe Martins; os senadores Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Jorge Seif (PL-SC); os ex-ministros Onyx Lorenzoni e Gilson Machado; o general Mario Fernandes; o deputado Eduardo Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Desses, apenas Filipe Martins e o general Mario Fernandes são réus no Supremo por uma tentativa de golpe. Valdemar Costa Neto chegou a ser indiciado pela Polícia Federal, mas acabou escapando da denúncia da Procuradoria-Geral da República. Os outros citados não tiveram investigações relevantes.

Os moderados eram aqueles que discordavam de algumas decisões judiciais e concordavam com algumas das reclamações do ex-presidente, mas acreditavam que não havia o que ser feito. Nesse grupo, segundo Cid, constavam o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira; o ex-chefe do Comando de Operações Terrestres, Estevam Theophilo; e o ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes.

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Dos três, apenas Freire Gomes acabou sendo poupado das investigações – em depoimento, ele admitiu ter sido consultado por Bolsonaro sobre hipóteses para reverter a vitória de Lula, mas contou que se colocou terminantemente contrário a qualquer empreitada. Os outros dois generais acabaram sendo acusados pela investigação de endossar a trama golpista do ex-capitão.

Já os conservadores são aqueles que, segundo o delator, incentivavam Bolsonaro a reconhecer o resultado eleitoral e se anunciar como líder da oposição. Estavam nesse grupo os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Ciro Nogueira (PP-PI), o ex-ministro da Advocacia-Geral da União Bruno Bianco e o ex-chefe da Aeronáutica Baptista Júnior. Nenhum desses foi acusado.

Cid, por fim, não deu uma classificação específica ao ex-ministro Walter Braga Netto. Segundo ele, o general da reserva não se enquadraria entre os radicais, e colocava-se apenas na posição de estar “junto” do então presidente.

Com o avanço das investigações, porém, Cid admitiu que recebeu dinheiro das mãos de Braga Netto para financiar manifestações contrárias ao resultado eleitoral e que ele chegou a reunir em sua casa militares “kids pretos” hoje investigados como peça-chave no roteiro golpista. Braga Netto está preso desde dezembro por uma suposta tentativa de obstrução de justiça.

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